segunda-feira, 15 de setembro de 2008

XXV DOMINGO do Tempo Ordinário

«SERÃO MAUS OS TEUS OLHOS PORQUE EU SOU BOM?»
A parábola apresentada por Mateus, certamente perece muito esquisita aos ouvintes de Jesus: este episódio, de facto, situa-se muito longe da justiça salarial comummente estabelecida. O gesto feito por este proprietário da vinha, que dá o mesmo salário a todos aqueles que trabalharam na sua vinha é verdadeiramente insólito. A narração desenrola-se em redor da iniciativa de um viticultor que durante todo o seu tempo está preocupado em procurar operários para a sua vinha. Naquele dia sai de casa cinco vezes procurando trabalhadores, de manhã à noite. Com os primeiros trabalhadores estabelece o contrato de pagamento, o normal para um dia de trabalho. Este sai de novo às nove da manhã, depois ao meio dia, às três e às cinco. A resposta que dão estes últimos trabalhadores ao seu convite: ninguém nos contratou, faz-nos pensar a tantos, jovens e menos jovens, desempregados não somente no trabalho remunerado, mas também no trabalho para construir uma vida solidária. Chegada a noite, continua a parábola, começam os pagamentos. Os últimos recebem um denário cada um. Os primeiros, vendo o sucedido, pensavam receber mais. É lógico pensar assim, talvez também justo. A surpresa vem quando dão-se conta que recebem a mesma paga, surge logo a murmuração contra o patrão: isto não é justo são tentados a gritar. De facto os ouvintes da parábola, (talvez também nós) partilham estes sentimentos. Está aqui mesmo a diferença no nosso modo de pensar e aquele de Jesus. Jesus não quer dar uma lição de justiça social. Jesus quer mostrar-nos como é o proceder do Pai, a sua bondade, a sua generosidade, a sua vontade salvífica.

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